O sistema deveria usar d6 ao invés de d100?

Eu resolvi criar esse post porque achei que era de um assunto importante para discutirmos. Eu li o ótimo blog do Bruno Mdt e vi a notícia do Del Debio sobre o uso do d6 ao invés do d100.

O blog dele é:
esquizofrequente.blogspot.com.br

O post é:
Sistema Daemon, Creative Commons e o Módulo Básico

Em suma, o d100 é difícil de se conseguir, o que foi uma das razões de o sistema Rpg quest usar o 2d6.

Pensando nisso, na praticidade de se conseguir o d6 e em honra ao criador do sistema, gostaria de levantar essa idéia: Deveríamos tentar focar o 4a edição na utilização de d6 ao invés do d100?

Se fôssemos usar o d6, deveríamos usar 3d6, pois ele permite um valor de teste de 50% (10 ou menos, ou 11 ou mais). O 2d6 do RPG Quest não permite isso.

Uma possibilidade muito simples seria criar modificadores em todos os atributos na fórmula Atributo-10/2, arredondado para baixo (8 seria -1, 12 a 13 +1, 9 a 12 seria +0 e por aív ai). As perícias daríam +1 a cada 10 pontos nelas (Furtividade 40 = +4, por exemplo) e a jogada tomaria como base o 10 ao invés do 50. Assim, alguém com Des 15 e Faca 30 teria um total de +5, e se atacasse alguém com Des 14 e faca 50 (total de teste igual a +7) seria como o FAP normal: 5 - 7 +10 = 8. Jogaria 3d6 e teria que tirar 8 ou menos.

Bem, eu fiquei a par disso agora. O 3d6 é mais simples de se conseguir que o d10. Ele também cairia bem na idéia do 'dobra a cada 6'. Isso mudaria um pouco a cara do sistema, mas talvez seja o que deve ser feito para o Bem Maior.

Estou em dúvidas, queria ouvir a opinião de vocês que também gostam bastante o sistema

Saudações, Victor.

Acho fraca essa desculpa do Del Debbio de que d100 é difícil de conseguir. Parece mesmo é que ele prefere números menores como os usados no RPG Quest. Aliás, o RPG Quest daria um jogo mais interessante se não tivesse essa abordagem tão infantil nos livros.

Não sou contra usar d6, mas acho que o Daemon perderia muito do seu charme.

Já bolei regras para simular dados com baralho. Acho que baralho é até mais fácil de encontrar do que d6:

http://esquizofrequente.blogspot.com.br/2012/02/emulando-dados-com-baralho.html

Eu vi as regras do baralho, mas baralhos são coisas que não gosto de misturar com rpg. Inclusive Falkenstein eu jogava com dados ao invés de baralhos - o que não ficava muito bom. Em verdade, em rpg eu só uso d10, d6 ou d20. Não gosto dos cinco milhões de dados ou cartas. Mas isso é besteira minha.

Não creio que devemos relegar as considerações de Debio assim. Pelo menos, eu não lido com compras em grandes quantidades de d10, então não sei como está a indústria no momento. Posso vir a me informar disso, mas no momento atual eu não sei. De qualquer sorte, ele expressou a vontade de o sistema ser em d6. Creio que devemos ponderar bastante sobre isso.

Os pros da troca para o d6 seriam a facilidade de se conseguir d6, a unificação de todas as jogadas num único dado (de dano e de testes), os números reduzidos e mais fáceis de se lidar (a redução não seria tão grande, mas ainda sim seria) e a maior contextualização com o espírito do sistema - que é modificado de 6 em 6. Mesmo a questão da probabilidade não se alteraria tanto e nem tornaria o sistema menos realista. Vejamos o Gurps, sistema que usa 3d6 e é regalado como um dos mais completos existentes.

O contra seria a perda do universo de probabilidades, que seria menor e de maior ineficiência. E o principal, ao meu ver, é a perda com a 'raíz' de Daemon. Pesando-os numa mesma balança, vejo que pende para a troca para o 3d6. Todavia, eu mesmo sou uma pessoa muito tradicionalista - alguém que leva em consideração muito a história de algo e que prefere respeitar as origens disso. Isso tanto é verdade que, quem lê meus posts até então, percebe-se a minha tentativa de criar o Daemon 4a de forma a ser coeso e campatível com todos os livros antigos. Eu não quero um novo sistema, como fez cada D&D em cada edição. Quero algo nos conformes de Gurps 3a para Gurps 4a.

Mesmo sendo dessa veia tradicional, para mim conforma-se muito pesadamente a situação como tendendo para o lado do d6. Qualquer que seja o caso, ambos são viáveis, ambos são jogáveis, e ambos são fáceis de serem corroborados com o sistema antigo, podendo-se assim usar os módulos da 3a com a 4a sem grandes problemas.

Como devemos prosseguir?

Tradição em sacrifício do Ótimo, ou Ótimo em sacrifício da Tradição?

Os jogadores novos, aqueles que nunca ouviram falar da 3a edição, jamais entenderão essa discussão. Devemos pensar neles, nos que ainda vão jogar, ou considerarmos que o público de Daemon deve focar-se nos mais velhos?

Eu não sei.

Eis a questão.

Olá pessoal,

Victor, acho que o ideal cara, seja que vc crie uma outra proposta onde, na descrição dos atributos vc use a metodologia dos 3d6, como disse antes, gosto muito de suas idéias, por semrem lógicas e bem fundamentadas, mas, a prerrogativa do forum é que as coisas sejam votadas, e não poderíamos simplesmente adotar essa metodologia de 3d6 como padrão para o fórum sem que isso seja votado.

Uma coisa importante ao pessoal é que, não faremos um daemon 4ed. não temos "poder" para isso, a proposta é desenvolver um sistema daemon voltado para o genérico, simples e robusto. Eu gostaria muito que realmente o resultado final fosse um daemon 4ed. oficial, mas isso não ocorre e gostaria de pedir a gentileza de não usarmos essa mesma nomenclatura.